A união de freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de São Martinho de Árvore e Lamarosa e tem a sede em Lamarosa.
Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
LAMAROSA
Lamarosa foi uma vigararia da apresentação do duque de Lafões. Pertenceu ao concelho de Tentúgal, extinto em 31 de Dezembro de 1853.
Esta gravitação na poderosa esfera de influência de Tentúgal — de grande esplendor histórico, administrativo e arquitectónico — fez com que Lamarosa vivesse um longo sono letárgico, de que só agora, com um certo desenvolvimento socioeconómico e cultural, parece despertar completamente. Os testemunhos históricos não são, por isso, abundantes.
Ainda assim, merece um registo especial a igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Construção datada de 1740, foi erguida a meio caminho entre Ardezubre e Lamarosa. É sede de festa religiosa e secular no dia 8 de Dezembro.
Capelas: a de Santo António, no lugar de Vera Cruz; a de Nossa Senhora de Fátima, em Vila Verde; a do Mártir S. Sebastião, em Andorinha.
Podem ainda encontrar-se duas ermidas: uma, perdida entre frondosos pinheirais, nas imediações de Casais de Figueiras (em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho), miniconstrução de uma simplicidade extrema e enternecedora, cuja titular tem sido, nos últimos anos, venerada pelas gentes locais, que lhe tributam festa no dia da Ascensão, e, também, a Ermida Azul, em Lamarosa, implantada em quinta particular a que deu o nome.
Em adiantado estado de degradação estão a Capela de Nossa Senhora do Carmo, cuja imagem consta ter sido levada, em tempo idos, por gentes da vizinhança, e a ponte a que chamam romana, a escassos metros da capela e sobre o ribeiro de Vera Cruz. Esta ponte integrava a Estrada Real e por ela deverão ter passado os verdugos de Inês de Castro, uma vez que pernoitaram no Castelo de Montemor-o-Velho na véspera do crime.
Este capítulo poderá ser encerrado com dois cruzeiros de construção recente e um pelourinho cuja edificação deverá ser anterior à da igreja matriz.
Um dos orgulhos da freguesia são os seus mestres canteiros, de Casais de Vera Cruz e Andorinha. Das suas mãos fortes e hábeis continuam a sair obras de arte que se espalham pelo País e pelo estrangeiro.
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SÃO MARTINHO DE ÁRVORE
Situada num monte, na margem de um afluente do Mondego, e cerca deste, dista cerca de catorze quilómetros da sede do concelho. Fazem parte da freguesia os lugares de S. Martinho de Árvore, Fonte de S. Pedro e Sandelgas. Em tempos passados, São Martinho de Árvore foi uma abadia da apresentação do Mosteiro de Lorvão e pertenceu ao Concelho de Tentúgal, extinto em 31 de Dezembro de 1853.
Fica anotado em "Coimbra e Região": "Prosseguindo na estrada de Coimbra que segue por entre os campos, aproximando-se mais da Vala do Norte, deixamos para a esquerda a aldeia de Sandelgas, onde cai em ruínas o pouco que resta do Mosteiro de Nossa Senhora de Campos, para ali transferido de Montemor-o-Velho em 1691, devido às enchentes do rio. São Martinho de Árvore é a sede da freguesia, bem situada, descendo suavemente à planície, à vista de Coimbra, do Castelo de Montemor e das povoações da outra margem. Outrora chamada S. Martinho de Freixeneda, tinha a apresentação a cargo da abadessa de Lorvão".
Em termos patrimoniais, apesar de não muito rica, a freguesia apresenta alguns pontos de interesse, com evidente destaque para o imponente Convento de Sandelgas . A Igreja Paroquial é outra "pérola" do património construído, cujas origens remontam a inícios do século XVI. Este edifício (que foi recentemente objecto de obras de melhoramento e embelezamento) foi reformado no século XVII, e posteriormente no século XVIII.
Referência ainda à Capela de S. Sebastião, remontante ao século XVI (guardando no seu interior duas imagens daquela altura, de Santo Antão e Santa Luzia), ou á Capela de Santo António ("modernizada), em Sandelgas, que terá tido origem no século XVII e onde está patente uma imagem de Santo António.